Uma meditação sobre a compaixão
Je Tsongkhapa
No presente, vocês não suportam o sofrimento de seus amigos, mas se alegram com o sofrimento de seus inimigos e são indiferentes ao sofrimento de pessoas neutras.
Ao ver seus inimigos sofrendo, vocês pensam: “sofram ainda mais!”
A falta de afeição pelos inimigos é proporcional ao prazer sentido ao vê-los sofrer.
Cultivem a perspectiva de que todos os seres são como os seus amigos, ou seus parentes, ou as suas mães.
Relembrem a bondade dos seres como se estes tivessem sido suas mães em vidas passadas e desenvolvam a aspiração de retribuir tal bondade.
Por meio desses passos, vocês aprenderão a apreciar e ter afeição por todos os seres.
O resultado é um amor que considera os seres vivos como dignos da compaixão.
Da compaixão vem a aspiração de libertar todos os seres do sofrimento.
A compaixão é necessária como ponto de partida. Sem ela, não é possível entrar no Caminho do Grande Veículo (o Mahayana), a senda dos Bodhisattvas.
Referências:
Je Tsongkhapa. Lamrim ChenMo Vol. II Cap. 2.
*Je Tsongkhapa (1357-1419) foi o fundador da Escola Gelugpa, a Escola dos "Gorros Amarelos" e é considerado o grande reformador do Dharma budista no Tibete.