quarta-feira, 28 de abril de 2021

Núcleo Jnana - Budismo Mahayana (Kadampa-Gelugpa)

 



    

Núcleo Jnana  

Estudo virtual da Filosofia Budista Mahayana da Índia e Tibete (Kadampa-Gelugpa).

Todas as quartas, das 19h às 20:30h (com breve meditação). 

 Inscrições e mais informações: nucleojnana@gmail.com   



quarta-feira, 10 de março de 2021

A Filosofia dos Rishis da Índia Antiga

 

A Filosofia dos Rishis da Índia Antiga



Temos a alegria de convidá-los para o evento virtual: Encontro de Tradições para o lançamento do quarto livro da Editora Garbha-Lux: "A Filosofia dos Rishis da Índia Antiga" do Prof. Alberto Brum. O evento acontecerá nos dias 03 e 04 de abril de 2021, das 15h às 19h (com intervalo).

Além do Autor do livro teremos apresentações de membros do Instituto Garbha e do Núcleo Lux-Dzyu (Aláya Dullius, Bruno Carlucci, Jane Dullius, Luis Lima e Marina Hernandes) sobre diferentes escolas da filosofia indiana: Samkhya, a Vedanta Advaita, o Yoga Vasistha e a Baghavad Gita. O evento ocorrerá no zoom, com possível transmissão ao vivo por link privado no youtube (em caso de lotação maior de cem pessoas). Os links de acesso serão enviados aos inscritos. Para se inscrever, clique aqui.

Sobre o autor do livro: Alberto Brum foi professor universitário de Filosofia Oriental, Ética e História da Filosofia Antiga, em Brasília. Há mais de 40 anos vem realizando estudos da filosofia da Índia, do budismo mahayana e da tradição advaita (a vedanta de Shankara e o shaivismo de Kashmir) e da Gupta-Vidya.

É o autor de "Atma-Yoga: Shankara, a Vedanta Advaita e o Atmabodha" (ed. Garbha-Lux); de "O Mistério da Ética (Ed. Garbha-Lux)"; "A Libertação do Sofrimento no Budismo Tibetano Gelugpa" (Ed. Teosófica), entre outros. Participou da edição dos livros "Viveka-Chudamani" de Shankara (Ed. teosófica), "A Senda Graduada para a Libertação" de Geshe Rabten (Ed. Teosófica).

Foi o coordenador do Núcleo Lux (Porto Alegre e Brasília, 1983-1996) e do Centro Lux (Brasília, 1996-2015). É o diretor do Núcelo Lux-Dzyu e o Núcleo de Pesquisas do Instituto Garbha.

Para fazer a sua inscrição no evento, clique aqui

O cartaz do evento com os temas e demais palestrantes:



domingo, 7 de fevereiro de 2021

Pode o dual ver o não-dual?

Pode o dual ver o não-dual? 




Reposto aqui uma conversa com o amigo Shaku Khashin sobre questões de dual e não dual a partir de estudos da filosofia indiana, mais especificamente a Vedanta Advaita em diálogo com outras perspectivas num grupo de Facebook:

Shaku Kashin: O dual não vê o não dual? O não dual vê o dual? O que acha?

Bruno Carlucci: Não considero possível o dual ver o não-dual. Enquanto há um sujeito que vê e um objeto a ser visto, ainda estamos na dualidade, em Maya. Por isso que em tratados da Vedanta Advaita, como o Mandukya-karika de Gaudapada, a dualidade só deixa de ser percebida quando a "mente deixa de ser mente", isto é, quando os movimentos e relações de citta cessam e prajna resplandence, despertando para uma sabeoria intuitiva e direta dessa não-dualidade, que não é a sabedoria de um "eu", mas um estado latente presente em todos os seres e que estava envolto por Maya. Essa não-dualidade é Turiya, o Atman, que está além da mente e de qualquer dualidade. Nessa sabedoria, já não há mais alguém que percebe, nem algo a ser percebido. Nem alguém que se une, nem algo com que unir, pois está além de separatividade e das designações e predicados vinculados à separatividade. Não que a mente seja aniquilada ou a realidade relativa dos fenômenos deixe de ser percebida, mas não são mais percebidas como o foco central, nem a própria mente individual é mais o o foco central, já que como o próprio Mandukya-Karika explica, a mente de um ser desperto vira somente um instrumento de percepção para poder agir no mundo, mas deixa de ser o ponto determinante em que há autoidentificação com os pensamentos e sentidos e os apegos e aversões resultantes disto, pois agora o foco repousa no Atman inefável e não mais em jiva (o "individual"). Penso que é um estado semelhante ao que Paulo diz em Gálatas 2:20, "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim", a partir de uma leitura sob a ótica da mística cristã.

Referência Bibliográfica:

Gaudapada. Mandukya-Karika. In: Alberto Brum. Atma-Yoga. Shankara, a Vedanta Advaita e o Atmabodha. Ed. Garbha-Lux. Disponível em: Garbha-Lux



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

O conhecimento na via espiritual

 O conhecimento na via espiritual

Rafael Nascimento



Qual o papel do conhecimento no despertar da vida espiritual? É muito comum reconhecermos, de imediato, a importância da meditação, da devoção e da ação. De fato, harmonizar o fluxo mental através da plena atenção, ser um devoto amoroso de um ideal ou de um legítimo instrutor, ou servir humanidade com ações práticas que exemplifiquem os elevados ideais da compaixão e da fraternidade são de grande importância para os que desejam tocar, com a ponta de seus pés, o início do Caminho. Porém, muitas vezes o conhecimento é deixado de lado, ou até mesmo considerado um empecilho por aqueles que consideram que a mente deve esvaziar-se por completo para a obtenção de uma súbita iluminação. Entretanto, o conhecimento é a base para que os elementos acima citados sejam empreendidos de forma reta e eficiente.

O conhecimento constitui um degrau importante para a elevação do homem até a Sabedoria, e se a busca é bem direcionada e orientada, com este intuito, ela se configura como uma forma de Ioga – a Jnana-Ioga. Geoffrey Hodson diz que “o iogue jnana procura pelo conhecimento e pelo domínio do intelecto atingir a unidade consciente com o Supremo” (A Suprema realização através da Ioga, pág. 39). É como se o conhecimento, depois de ajudar a desenvolver o intelecto, trabalhando o princípio mental de modo cada vez mais abstrato, descesse da mente para o coração, coroando o indivíduo com a Sabedoria. Ocorre um salto na consciência e a intuição espiritual ganha espaço de atuação, já que “o objetivo desta ioga do conhecimento é educar a mente para perceber e conhecer o Eu Divino uno em todas as coisas, e todas as coisas dentro do Eu Divino” (pág. 40), não tendo praticamente nada a ver com o conhecimento livresco, mesmo sendo ele o ponto de partida.

Um exemplo interessante é o estudo de A Doutrina Secreta. Segundo Joy Mills, ele tem um propósito prático, que é o desenvolvimento do pensamento abstrato e o aguçar da intuição, levando o estudante a pensar e vislumbrar o mundo de modo universal e não linear, de dentro para fora: “mas o nosso estudo de A Doutrina Secreta é um tipo de estudo totalmente diverso. A possibilidade de que os princípios aqui expostos sejam testados e verificados não reside nas situações externas. A possibilidade de teste, a sua comprovação, deve repousar na transformação interna que pode ser produzida” (O Despertar de Uma Nova Consciência, pág. 15).

Mas o que diz Tsongkhapa sobre a prática do estudo e aquisição do conhecimento? Em seu tratado da “Senda Gradual”, o Lamrim Chenmo, no capítulo VI – Refutando equívocos acerca da meditação (tradução de Bruno Carlucci), ele diz:

“(...)

• Maitreya ensina que se use a sabedoria que vem da reflexão para que se chegue propriamente ao significado daquilo que foi estudado.

• Dessa maneira surge a sabedoria que vem da meditação e percebe a realidade.

• Portanto, primeiro estude com alguém o que você pretende praticar e aprenda “de segunda mão”.

• Em seguida, use as escrituras e o raciocínio para refletir sobre o significado daquilo que você estudou e aprenda em “primeira mão”.

(...)

• Portanto, as escrituras e os seus comentários dizem que o estudo e a reflexão são muito importantes para a prática de meditação.

• Objeção: ‘Ao meditar, você deve meditar sobre algo sem relação com o seu estudo e reflexão.’

• Resposta: Isso é tão incoerente, como mostrar a um cavalo a pista de corrida e depois competir montado noutro cavalo. Isso destrói completamente o processo de desenvolver as três sabedorias sucessivamente [as três sabedorias são aquelas que surgem do estudo, da reflexão e da meditação]. Esse argumento implica na bobagem de dizerem: ‘não é preciso muito estudo para percorrer a senda verdadeira.’”

Percebemos, assim, a importância do estudo e reflexão, como degraus da Senda, nas origens da tradição teosófica. O conhecimento é uma importante base e ponto de partida para os graus que nos levam a obtenção da Sabedoria, quando a clara visão – Prajna, nos capacita para a aquisição da pura Verdade Espiritual. Esta é a meta: a realização da Gnosis, a obtenção do conhecimento de ordem espiritual que tem sua morada no templo interno do Ser. “Sois Deuses, ‘Herdeiros dos Eons’; das eras que passaram e das que virão, porque sois, em vós mesmos, eternidades imortais, se apenas voltardes para Casa” (G.R.S. Mead, A Gnosis Viva do Cristianismo Primitivo, pág. 71). É necessário reaprender o caminho.

*Rafael Nascimento é membro da Sociedade Teosófica no Brasil e atua na Loja Unicidade em Cataguazes (MG). 

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

A Gnosis de João: O Apócrifo, O Hino e A Cruz de Luz do Essênio Gnóstico Yohanan

 A GNOSIS DE JOÃO - O APÓCRIFO, O HINO E A CRUZ DE LUZ DO ESSÊNIO-GNÓSTICO YOHANAN 

Editora Garbha-Lux 


Este novo livro de Alberto Brum e Aláya Dullius, lançado pela Editora Garbha-Lux, apresenta o aspecto mais filosófico e gnóstico do autor do manuscrito que deu origem ao Quarto Evangelho. Um texto que nos fala da Luz que vem ao mundo – a sabedoria do Christos-Logos.

A primeira parte faz uma investigação sobre o real contexto histórico do personagem, que é o Elazar dos tannaim cabalistas, o Lázaro do cristianismo e o Yohannan da tradição essênia de Qumran, onde foi um discípulo de João Batista.

O livro contém os dois hinos dos Atos de João (O Hino de Jesus e A Cruz de Luz) e o tratado apócrifo de João, descoberto no Egito, presente no Códice de Berlim e na Biblioteca de Nag Hammadi.

A Cruz de Luz é uma tradução da edição inglesa de G. R. S. Mead feita com o propósito de ilustrar a gnosis de João e a simbologia da crucificação.

O Apócrifo de João é um dos mais importantes textos do antigo e genuíno gnosticismo cristão. Nele consta um diálogo privado entre Jesus e João  que tem semelhança com o tratado Pistis Sophia. 

O livro pode ser comprado no site da própria editora, clicando neste link: Editora Garbha-Lux  ou pelo contato no Whatsapp: (61) 3222 0046. 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Sobre o Karma e As Circunstâncias Astrológicas




"Em última análise, todos os bons e maus (resultados) são determinados pelas ações* de uma pessoa. Com relação a isso: 'Para todos os dias da semana, dias lunares, mansões lunares e yogas, karaṇas, ascendentes e planetas maléficos, o bem resultará quando a virtude for praticada. Seres nascidos na mesma hora terão vidas diferentes e resultados diferentes. De acordo com suas ações individuais, diferentes resultados ocorrerão. Como resultado de [por exemplo] batalhas, incêndios florestais e captura em redes de pesca, muitos seres morrem ao mesmo tempo. As virtudes dos seres criam uma vida forte, esforço, poder e fortuna, e seus vícios enfraquecem a vida, o esforço e o poder."

Kalki Pundarika - Vimalaprabha (Comentário ao Kalachakra Mula Tantra)


Nota do Tradutor: Karma é ação em sânscrito, e não uma predestinação inevitável como às vezes é entendido pelo senso comum no Ocidente.  Assim como as condições astrológicas na perspectiva budista são encaradas como um retrato de tendências geradas a partir de nossas ações de mente, fala e corpo, e não como um destino inalterável ou como uma vontade totalmente alheia a nós. 


  

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

O despertar da Compaixão - Je Tsongkhapa

Uma meditação sobre a compaixão
 Je Tsongkhapa 




No presente, vocês não suportam o sofrimento de seus amigos, mas se alegram com o sofrimento de seus inimigos e são indiferentes ao sofrimento de pessoas neutras.

Ao ver seus inimigos sofrendo, vocês pensam: “sofram ainda mais!”

A falta de afeição pelos inimigos é proporcional ao prazer sentido ao vê-los sofrer. 

Cultivem a perspectiva de que todos os seres são como os seus amigos, ou seus parentes, ou as suas mães.  

Relembrem a bondade dos seres como se estes tivessem sido suas mães em vidas passadas e desenvolvam a aspiração de retribuir tal bondade. 

Por meio desses passos, vocês aprenderão a apreciar e ter afeição por todos os seres. 

O resultado é um amor que considera os seres vivos como dignos da compaixão. 

Da compaixão vem a aspiração de libertar todos os seres do sofrimento. 








A compaixão é necessária como ponto de partida. Sem ela, não é possível entrar no Caminho do Grande Veículo (o Mahayana), a senda dos Bodhisattvas. 

Referências:
Je Tsongkhapa. Lamrim ChenMo Vol. II Cap. 2. 


*Je Tsongkhapa (1357-1419) foi o fundador da Escola Gelugpa, a Escola dos "Gorros Amarelos" e é considerado o grande reformador do Dharma budista no Tibete.