terça-feira, 29 de setembro de 2020

O Incondicionado e A Manifestação (Blavatsky, Collected Writings)

O Incondicionado e A Manifestação (Blavatsky, Collected Writings)




 

"O Um é infinito e incondicionado. Ele não pode criar, pois não pode ter nenhuma relação com o finito e condicionado. Se tudo o que vemos, desde os gloriosos sóis e planetas até as folhas de grama e os grãos de poeira, tivesse sido criado pela Perfeição Absoluta e fosse o trabalho direto até mesmo da Primeira Energia que dele procedeu, então tudo isso teria sido perfeito, eterno e incondicionado como seu autor. Os milhões e milhões de obras imperfeitas encontradas na Natureza testemunham em voz alta que são produtos de seres finitos e condicionados - embora estes últimos fossem e sejam Dhyāni-Chohans, Arcanjos, ou qualquer outro nome que se possa dar a eles. Em resumo, estas obras imperfeitas são a produção inacabada da evolução, sob a orientação dos Deuses imperfeitos. O Zohar nos dá esta garantia, assim como a Doutrina Secreta. Ela fala dos auxiliares do "Ancião dos Dias", o "Idoso Sagrado", e os chama de ophanim, ou as Rodas vivas dos orbes celestes, que participam do trabalho de criação do Universo.

Assim, não é o "Princípio", Uno e Incondicionado, nem mesmo seu reflexo, que cria, mas somente os "Sete Deuses" que moldam o Universo a partir da Matéria Eterna, vivificados na vida objetiva pelo reflexo nela da Realidade Una.

O Criador são eles - "Deus, a Hoste" - chamados em A Doutrina Secreta de os Dhyāni-Chohans; pelos Hindus, de os Prajāpatis; pelos Kabalistas Ocidentais, de os Sephiroth; e pelos Budistas de os Devas – impessoais, porque  forças cegas. Eles são os Amshāspends para os Zoroastrianos, e enquanto para o Místico Cristão o "Criador" são os "Deuses de Deus", para o homem da Igreja dogmática ele é o "Deus dos Deuses", o "Senhor dos Senhores", etc.". (Collected Writings, H.P.B., vol. 14, pg. 216-217. Tradução de Marcelo Luz, membro da Sociedade Teosófica no Brasil). 

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